Na década de 1980, o Edmilson esteve em situação de vulnerabilidade ao morar na rua e presenciou diversos níveis de violência, enquanto era somente uma criança. Mas, ele teve uma nova oportunidade de vida a partir do momento em que foi adotado pela Dona Maria.
Edmilson nunca teve estrutura familiar. Ele e o irmão não tinham pai biológico e viram a mãe ser vítima de violência doméstica pelo ex-padrasto dentro de casa.
Com o tempo, os meninos começaram a ser agredidos durante as tentativas para defendê-la. Nisso, por não aceitarem as agressões, tanto o Edmilson, quanto o irmão, acharam nas ruas um ambiente mais seguro do que a própria casa.
Apesar deles terem criado laços com outras pessoas nas ruas, eles conviviam diariamente com agressões físicas, estupros, uso de substâncias químicas e o Edmilson chegou até a presenciar o assassinato de um amigo. Além de tudo isso, havia a luta contra a fome.
Um dia, eles foram abordados por uma senhora que os ofereceu um lanche e um guaraná. Os meninos aceitaram, mas mal sabiam que ali começaria o vínculo com a Dona Maria Ferreira, que acabou os adotando mais pra frente.
Os meninos foram levados para a Casa Maria de Nazaré, uma organização católica que acolhe crianças e adolescentes que estão nas ruas. Aos poucos, eles foram entendendo que a instituição estava oferecendo uma nova oportunidade de vida.
Enquanto convivia com a Dona Maria Ferreira, o Edmilson desejava que ela fosse a sua mãe. Ali, ele mal imaginava que o seu sonho se tornaria realidade, pois ela já havia solicitado a adoção dele e do irmão.

Quando foram adotados, tanto os meninos, quanto a Dona Maria, lidaram com o preconceito alheio. Muitas pessoas a questionavam sobre o porquê dela ter decidido adotar adolescentes que estavam "no mundo do crime."
Ainda bem que ela nunca deu ouvidos ao preconceito. A adoção mudou completamente o caminho do Edmilson, que na vida adulta, decidiu fazer algo pelas crianças que enfrentam situações similares às que ele lidou.
Ele se tornou servidor público da Fundação Casa para ajudar outros jovens a fazerem escolhas diferentes. O Edmilson destaca que, muitas vezes, as ruas são uma saída para muita gente que não pôde ter outras oportunidades de vida.
Hoje, ele usa a sua própria experiência para contribuir nas vidas de várias outras crianças e adolescentes. Ele espera que ninguém mais passe pelo o que ele passou.
Assista à história do Edmilson abaixo
Da dor à esperança: o sonho da maternidade pela adoção
A Tais sempre sonhou em ser mãe, mas descobriu, depois de muito sofrimento, que não poderia ter filhos biológicos. O caminho da adoção se fez a partir daí e ela decidiu não sofrer com adoção como sofreu tentando gestar.