O amor é uma escolha
Janaína cuida do marido que perdeu os movimentos depois do diagnóstico de Esclerose Lateral Amiotrófica
Marcos foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença que paralisa os músculos do corpo, mas mantém a mente desperta, viva. Ele está ali, mas não consegue mais se mover, falar ou reagir. E mesmo assim, sente tudo.
Os dois se conheceram num rodeio. Casaram, tiveram filhos, construíram uma vida inteira juntos. Quando a doença apareceu, em 2021, foi como se o chão tivesse se aberto sob os pés deles. A cada dois meses, um novo movimento se perdia. Primeiro os braços. Depois as pernas. Até que os olhos também deixaram de obedecer.
Mas Janaína ficou.
Largou o trabalho, lutou pelo direito de cuidar dele em casa, garantiu estrutura, presença, amor. Ela conversa com ele todos os dias. Dá bom dia, dá boa noite. Inclui Marcos nas decisões da casa, mesmo que ele não possa mais responder. Ela diz que amar é uma escolha e escolhe amar o homem que ele é hoje, do jeito que está.
Essa história toca porque fala de amor. Mas também porque fala de permanência.
Nem sempre o amor resiste quando tudo muda. E tudo bem. Ninguém é obrigado a suportar o insuportável. Mas quando alguém escolhe ficar, como a Janaína ficou, essa escolha vira um farol. Um gesto de coragem. Uma forma profunda de dizer: “eu continuo te vendo, mesmo quando o mundo não vê mais.”
Lembramos de histórias como a de Preta Gil, que precisou enfrentar o câncer e, ao mesmo tempo, lidar com o afastamento de quem ela amava.
Histórias assim escancaram o quanto a doença também testa o afeto. E como, às vezes, a dor revela quem está disposto a permanecer e quem não consegue.
Não é sobre culpar quem vai. É sobre reconhecer quem fica. E entender que o amor, em sua forma mais bonita, é escolha. Não quando tudo está bem. Mas quando tudo desmorona.
Assista à emocionante história de Janaína e Marcos: