A vida nua e crua, do jeito que ela é
As histórias inéditas da semana passada nos trouxeram muitas reflexões sobre como a vida é cheia de nuances. Às vezes boas, às vezes não tanto assim...
Oi, pessoal! Como foi a semana de vocês? O feriado está chegando e todo mundo está ansioso para que a semana termine logo, né?
Do nosso lado, eu e o Ale também estamos ansiosos para conseguir descansar um pouquinho. Isso porque, além de procurarmos histórias inspiradoras para o podcast Histórias para ouvir lavando louça e para o canal Histórias de ter.a.pia, temos nos dedicado a um novo projeto que será lançado em breve.
Então, fique de olho na sua caixa de e-mails para poder saber de tudo com antecedência!
Sem me prolongar muito aqui, vamos às histórias inéditas que compartilhamos na semana passada. Vamos conhecer a Nice, a Milena, a Luana Alves e o Thales. Bora lá?
Na terça,
no episódio do podcast Histórias para ouvir lavando louça, contamos a história para lá de inusitada da Nice e da Milena. Elas são mãe e filha que engravidaram ao mesmo tempo.
Sim!!! Mãe e filha grávidas ao mesmo tempo!

Vamos voltar lá pro começo pra contextualizar tudo: a Nice engravidou da Milena aos 19 anos de idade. Mais tarde, ela também teve outra filha chamada Isabelle.
A Milena e a Nice são muito ligadas uma na outra. As coincidências na vida delas já começam pela data de nascimento das duas: a Nice faz aniversário no dia 11 de abril, e a Milena, no dia 12.
Elas não vivem uma sem a outra. A família é muito unida, mas a conexão entre a Milena e a Nice sempre foi inexplicável.
A Milena não planejou a gestação. Na época, ela estava prestes a terminar a faculdade e planejando seu casamento, mas acabou engravidando aos 23 anos.
Logo que descobriu a gravidez, ela ligou para a mãe para contar a novidade. De primeira, a Nice ficou surpresa e deu uma lição de moral na filha. Preocupação de mãe, né?
Mas mal sabia a Nice que, enquanto ela se preocupava com a gestação da Milena, ela também estava grávida! 😂
Nice descobriu a gravidez 5 dias depois da filha. Ela, que estava com sintomas de climatério, estava fazendo acompanhamento médico, decidiu fazer um teste de farmácia só por fazer… e descobriu a gravidez.
A surpresa foi enorme! Elas passaram a fazer todo o acompanhamento médico juntas e viveram intensamente todos os momentos das suas gestações.
Como nem tudo são flores, elas ouviram algumas pessoas dizendo que elas "estavam fazendo aquilo para chamar a atenção".
Apesar dos comentários desagradáveis, as duas seguiram juntas e decidiram tentar ter os seus filhos no mesmo dia. Os médicos não sabiam se seria possível, pois as duas gestações eram de alto risco, mas elas decidiram tentar.
No final, deu tudo certo! Os bebês nasceram com poucas horas de diferença um do outro e as duas assistiram ao parto uma da outra. De lá pra cá, o vínculo entre elas aumentou ainda mais e o amor se multiplicou nessa família!
Muita loucura, né? A história das duas você ouve completinha no episódio do podcast, abaixo
Na quarta,
a gente contou mais uma história na série Mulheres na Política, dessa vez quem lavou louça com a gente foi a vereadora de São Paulo, Luana Alves.
Você sabia que antes dela, só uma mulher negra havia sido vereadora na maior capital do país? Mas apesar dessa grande conquista, não é fácil estar em um lugar tão hostil.
Em 2022, Luana pediu a cassação de Camilo Cristófaro, que durante a CPI dos Apps disse: “Eles não lavaram nem a calçada, é coisa de preto, né?”. Veja o vídeo aqui.
Graças a Luana Alves, o vereador foi cassado por falta de decoro, mostrando a importância de combater o racismo nos espaços políticos.
Para saber mais sobre a história dela, assista abaixo.
Na quinta,
mais uma histórias daquelas que nos fazem refletir sobre a vida. Aos 3 anos de idade, Thales enfrentou um terrível incêndio que deixou 70% de seu corpo queimado.
Ele cresceu carregando as cicatrizes desse trauma tanto no rosto quanto no corpo e isso foi muito solitário, já que muitas pessoas sequer se aproximavam dele.
Essa rejeição quase o fez desistir.
O incidente aconteceu quando Thales foi brincar no carro do pai. Era uma brasília velha que estava para na quintal. Ele entrou e trancou todas as portas. Lá dentro ele resolveu imitar o pai fumando com dois palitos de fósforo. Infelizmente, um deles escapou de sua mão e queimou o banco do carro instantaneamente.
Em pouco tempo, o carro todo estava em chamas. Assim que perceberam, a mãe e a tia de Thales foram em direção ao carro para salvá-lo. Foram 20 minutos que mais pareceram uma eternidade.
Thales teve 70% do corpo queimado e ficou 3 meses em coma. Nesse meio tempo, ele ficou sem pele no rosto e em algumas outras partes do corpo. Ao todo, ao longo de sua vida, ele fez 130 cirurgias.
Além das dores físicas, Thales teve que crescer sendo olhado e julgado pelos outros. Na rua, na escola e também na igreja. As pessoas não escondiam a repulsa que tinham pelo garoto.
O incidente moldou toda a percepção de realidade que ele teve. Por conta de todo o preconceito que sofreu, Thales cresceu achando que ele nunca poderia ser amado. Ele pensou em desistir muitas vezes.
Mas, em determinado ponto, Thales passou a buscar o autoconhecimento para ter algumas respostas que pudessem ajudá-lo a aceitar o que aconteceu.
Thales adotou um lema para a sua vida: o famoso f*da-se. 😂 Ele decidiu que a opinião alheia não precisava influenciar o que ele poderia fazer.
Mais recentemente, ele encontrou o balonismo: um esporte praticado com balões de ar quente e que lhe deu uma nova perspectiva de vida. Ele, inclusive, adora o fato de ter que trabalhar ao lado de uma chama maior que ele.
É quase uma ironia da vida, né?
Thales teve que aprender a ser resiliente para sobreviver e hoje é um cara realizado na profissão, nos estudos e também no amor. Encontrar a Ane, sua companheira, encerrou aquele ciclo passado e confirmou que, sim, ele merece ser muito amado.
A história do Thales pode ser assistida na íntegra mais abaixo, mas antes, quero bater um papo contigo.
Eu sei que ao ler ou assistir à história do Thales (e tantas outras onde a pessoa superou grandes dificuldades na vida), você pode automaticamente pensar algo do tipo “Eu não posso reclamar da minha vida ao ver essa história”, “É com histórias como essa que devemos agradecer pelo que temos”.
E eu te pergunto: esse tipo de comentário é apropriado? Por que devemos trazer para nós algo que não é sobre nós?
Nós podemos, sim, empatizar com a história do Thales e de tantas outras pessoas, mas devemos lembrar que elas não são sobre nós, são sobre o outro. Comentários como esses nos colocam em um lugar de superioridade que, na verdade, não existe.
Comparar as próprias experiências com as de outras pessoas pode não apenas minimizar as próprias dificuldades, mas também desconsiderar as nuances e complexidades das experiências individuais.
Compartilhamos histórias consideradas “de superação” para inspirar e motivar outras pessoas a enfrentarem seus próprios desafios, e isso é algo positivo. No entanto, é importante abordar essas histórias com empatia, compreendendo que cada pessoa tem sua própria bagagem emocional e suas próprias dificuldades.
Em vez de fazer comentários que possam sugerir uma comparação ou uma posição de superioridade, é mais construtivo expressar apoio, compaixão e admiração pelas pessoas que superaram obstáculos significativos em suas vidas. Isso permite que a empatia seja o foco central da interação, em vez de comparações desnecessárias.
No fim, ninguém se lembra das questões sociais envolvidas na história do Thales. Estamos apenas pensando “que bom que isso não aconteceu comigo”.
E, vale lembrar, isso não é ser empático.
Chegamos ao fim de mais uma news do ter.a.pia! Espero que você tenha gostado das histórias e semana que vem estou de volta aqui pra te contar sobre as histórias inéditas que a gente contou.
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